sábado, 7 de março de 2009

Catolicismo x Saúde Pública: o que justifica um aborto?

Enviado por Jornal de Debates em 6. março 2009 - 10:00

Mais um caso de aborto fez a Igreja Católica assumir um posicionamento contrário às leis nacionais. Acima da problemática da pedofilia contra uma menina de apenas nove anos, o aborto a que ela se submeteu na última terça-feira, 04/03, causou extrema indignação da Igreja, que decidiu excomungar todos os envolvidos no processo abortivo, o que inclui os médicos e até a mãe da criança que autorizou o procedimento.
O problema surgiu em 25/02, quando a menina de Alagoinha (227 km do Recife) passou a sentir fortes dores na barriga, tonturas e enjoos, que ocasionaram a ida ao hospital e a constatação da gravidez de gêmeos, que, de acordo com os médicos, colocaria em risco sua vida.
O padrasto, de 23 anos, assumiu no dia seguinte abusar sexualmente da criança desde os 6 anos de idade. Com isso, a mãe da menina optou pelo aborto. Após a sua internação no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), o arcebispo de Olinda e de Recife d. José Cardoso Sobrinho interveio e conseguiu, junto com o instituto médido, a suspensão do procedimento visto pela Igreja Católica como criminoso.
A paciente, então, foi transferida para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), onde na noite de terça recebeu medicamentos para interromper a gravidez. O arcebispo, descontente com a atitude do Cesam, condenou toda a equipe médica que participou do procedimento e a mãe da criança, que o autorizou o aborto, à excomunhão da Igreja Católica.
O arcebispo declarou que a Igreja Católica não voltará atrás porque “o fim não justifica os meios. Esse é o princípio, a doutrina moral da Igreja”. Os médicos que viraram alvo da sanção eclesiástica disseram que não estão arrependidos. Fátima Maia, diretora do Cesam, mesmo sendo católica, afirma “ter agido como diretora de um instituto de referência no Estado para atendimento à mulher vítima de violência sexual”. “Pessoalmente, não tenho nenhum arrependimento, pois abomino a violência e teria feito tudo novamente”, concluiu Fátima.
O ministro da saúde José Gomes Temporão discorda da decisão da Igreja Católica foi “radical" e "inadequada". "A lei brasileira é muito clara: a interrupção da gravidez é autorizada em caso de estupro ou em caso de risco de vida da gestante", declarou o ministro.
Agora é sua vez de opiniar. Igreja Católica x Saúde Pública: o que justifica um aborto? (fonte Jornal de debates)

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