quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV!

Tem uma parte da elite política apodrecida deste País que não estava acostumada com a alternância de poder. E eu sou a alternância de poder. E eles sabem disso.


Em entrevista franca e reveladora veiculada neste domingo (15/11) no programa É Notícia, da RedeTV!, o presidente Lula conversou com o jornalista Kennedy Alencar e falou um pouco sobre sua infância em Caetés (PE) e em Santos (SP), da imagem que guarda da família e, principalmente, de sua mãe, dona Lindu, das dificuldades que passou quando criança, do sindicalismo e de política, além de temas atuais -- como as críticas que sofreu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a crise econômica mundial.
Um dos momentos mais fortes da entrevista foi quando Lula se emocionou ao lembrar da morte em 1971 de Maria de Lourdes, sua primeira mulher, que estava grávida de seu primeiro filho:


(para ver o programa na íntegra, clique aqui)

O presidente comentou as três eleições que perdeu (1989, 1994 e 1998) e lembrou que nunca passou por sua cabeça perder as de 2002 e 2006. Disse que a emoção de vencer em 2002 deve ter sido um pouco o que o presidente americano Barack Obama sentiu ao chegar à Casa Branca e revelou que passou algum tempo no Palácio do Alvorada perguntado para a primeira-dama: “Será que nós estamos aqui mesmo?”
Lula disse ainda que em vez de reclamar por ter sido derrotado em três eleições, dá graças a Deus, porque chegou à Presidência quando tinha que chegar, com mais experiência e estrutura partidária e política adequada.
Tem uma hora na tua vida que você é todo ‘principista’ e tem uma hora que você, sem abdicar de seus princípios, você tem que fazer a política real. E você só pode mudar a política real se você participar dela. De fora você não muda. Então eu acho que nós chegamos no tempo certo, para fazer as coisas que precisavam ser feitas no Brasil.
Sobre o suposto o mensalão, afirmou que essa história ainda vai ser esclarecida, “a gente ainda vai desvendar esse mistério”, e afirmou que o caso foi “a maior armação já feita contra um governo”, mas que não tiveram a coragem de levar adiante. O presidente Lula afirmou que sempre esteve tranquilo durante a crise e disse que tem muita coisa para falar sobre o que houve, mas que só o fará quando deixar a Presidência da República. “Pode ficar certo de que eu tenho coisa para falar -- e vou falar.”
Perguntado se alguma vez alguém sugeriu que ele renunciasse ou não concorresse à reeleição em 2006, Lula disse que uma vez disseram a ele para tomar cuidado porque estavam preparando o seu impeachment. Lula afirma ter dito ao interlocutor: “Olha, diga pra quem você quiser dizer, que na luta política eu aceito qualquer coisa, mas se mexer um milímetro na institucionalidade deste País, eles não sabem o que vai acontecer.”
O presidente Lula admitiu, porém, ter tido receio de se candidatar à reeleição, pelo fato de historicamente no Brasil o segundo mandato de um presidente ser pior que o primeiro. Mas ele teve certeza de que isso não aconteceria quando criou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Aí eu sabia que eu tinha começo, meio e fim para terminar meu mandato, era só tocar a bola pra frente.”
Ao comentar o artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com pesadas críticas ao seu governo, Lula aconselhou que ele olhasse para o que fez em seu mandato. “Mas também não fico preocupado com as críticas do ex-presidente, porque eu sinto um poço de mágoa. Ele não fala mais com a inteligência, ele fala mais com o estômago, o fígado. Eu tenho coisa mais importante para fazer do que ficar perdendo tempo”, afirmou Lula, para quem o ex-presidente e outras pessoas não se conformam de ver um peão fazer mais do que ele na Presidência. “Isso é duro para um intelectual -- sobretudo se esse intelectual é vaidoso. É duro.”
http://blog.planalto.gov.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário